segunda-feira, 14 de julho de 2014

CAPELA DO PILAR MERECE MAIS ATENÇÃO



O jornal Gazeta de Taubaté publicou recentemente um editorial onde aborda o descaso das autoridades sobre os problemas da Capela do Pilar, alvo de denúncias publicadas e divulgadas nas redes sociais. Sendo assim, esse patrimônio histórico de nossa cidade deve merecer a devida atenção e não continuar sendo um ponto de abandono para que usuários de drogas vândalos o destruam. Eis a íntegra do editorial:
“Tesouro arquitetônico encravado no coração de Taubaté, a Capela do Pilar é um raro exemplo do barroco mineiro no Vale do Paraíba.
Construída entre 1747 e 1760 por Timóteo Corrêa de Toledo, representante de tradicional família taubateana, a capela foi erguida em homenagem ao culto da Virgem do Pilar, uma das mais antigas devoções marianas da Península Ibérica, considerada a padroeira da hispanidade e que veio para o Brasil a partir do Nordeste, migrando, depois, para as Minas Geraes.  A simplicidade do Pilar impressiona por sua singeleza. As paredes de taipa e barro são lisas, sem adornos, como as capelas da época. A estrutura octagonal da construção é também uma marca do período, do qual o Pilar é a única mostra intacta no Estado de São Paulo. Trata-se, pois, de uma pérola arquitetônica que parece às vezes espremida em meio ao corre-corre do centro de Taubaté, cidade que, por si só, já coleciona tantos marcos tradicionais e referências históricas em seu sítio urbano –do Convento de Santa Clara à Vila Aleixo, da Chácara do Visconde ao conjunto industrial da antiga CTI, entre tantos outros.
Sua importância foi reconhecida em 1944, com seu tombamento como patrimônio histórico e arquitetônico. Uma conquista de Taubaté.
Por tudo isso, é triste constatar como a Capela do Pilar tem sofrido.
Sem grades ou muros, suas paredes já viraram alvo de pichadores e serviram de anteparo para barracas de ambulantes. Pichar patrimônio histórico? É o fim do mundo. Cartazetes de lojas e show já foram pregados nelas. Sem segurança, as peças do Museu de Arte sacra foram retiradas de seu interior. Agora, como revelou a Gazeta de Taubaté na semana passada, a Capela do século 18 foi invadida por usuários de crack, que se abrigam entre suas paredes para consumir drogas longe dos olhares da sociedade, sem a repressão da polícia. É um retrato triste, que denota abandono, falta de investimentos e, mais grave, falta de preocupação com um tesouro tão magnífico que está logo ali, ao alcance do cidadão taubateano, incorporado em seu cotidiano. Há como reverter isso?
Essa é a pergunta que faz a Gazeta a todos os responsáveis pelo Pilar.
E é bom deixar claro: todos.
A preservação da Capela do Pilar passa por uma união entre Condephaat, poder púbico e Mitra Diocesana para a recuperação desse tesouro. Até aqui, ao longo dos anos, o que se viu foi tudo, menos união entre essas três forças. Cada uma delas, ao longo dos anos, têm se preocupado mais em deixar claro o que não é tarefa sua, sem dizer, com desprendimento, o que pode fazer para recuperar a Capela. E, mais importante, dar a ela um destino correto, um uso real, incorporando esse patrimônio não apenas ao cotidiano da cidade, ao vaivém das pessoas no centro, mas dando a ele destaque, relevo, no mapa cultural de Taubaté.
O Movimento Preserva Taubaté reagiu às reportagens da Gazeta, cobrando que prefeitura, Câmara, Unitau e Mitra assumam suas obrigações para com os bens tombados da cidade. Outra reação: frente à lamentável invasão do crack, o Condephaat informou que vai pedir uma vistoria no local e pedir, se necessário, intervenções urgentes da Mitra para a recuperação do espaço. Agora, a Câmara de Taubaté fala em destinar recursos no Orçamento 2015 para a recuperação do Pilar.
São reações. Tardias?
Bem, antes tarde do que nunca. A Gazeta e eu torcemos  para que elas surtam efeito.”

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