quinta-feira, 5 de junho de 2014

Contando de um a dez...

Camões Filho

         Você sabe contar até dez? Claro que sim, deve ser sua resposta. Um, dois, três, quatro...
Isso me faz lembrar de uma cena inesquecível de um dos filmes de Indiana  Jones. Nosso herói ainda é jovem, tem uns 16 anos, e está fugindo de uma horda enfurecida. Ele vai entrando em casa e gritando por socorro para seu pai, vivido pelo grande e saudoso ator Sean Connery. O pai, entretido em suas pesquisas, fala com desdém: “Agora não, Junior”.
Quem acompanhou a série lembra que Indiana Jones odiava duas coisas: cobras e ser chamado de Junior. Ele volta a clamar por socorro e seu pai, com toda a fleuma britânica, pede: “Calma Junior... e conta até dez”. Quase sendo alcançado pela horda sanguinária, Indiana começa a contar: “Um, dois, três...” E o seu pai, indiferente aos perigos: “Em grego, Junior... em grego”.
Bem, contar até dez eu sei, mas em grego não. Mas a cena me faz lembrar a história daquela psicóloga que fazia testes de admissão em uma empresa e manda entrar o primeiro candidato.
         – O senhor pode contar até dez, por favor?
E o candidato dispara:
– Dez, nove, oito, sete, seis, cinco, quatro, três, dois, um.
A psicóloga, curiosa, pergunta por que ele contou de trás pra frente. O candidato responde:
– É que eu trabalhava na NASA e era o responsável por fazer a contagem regressiva no lançamento de foguetes.
Ela chama o próximo candidato.
– O senhor pode contar até dez, por favor?
O rapaz responde sem pestanejar:
– Um, três, cinco, sete, nove, dois, quatro, seis, oito, dez.
Intrigada, a psicóloga pergunta:
– Por que você contou primeiro os ímpares e depois os pares?
O candidato esclarece:
– Porque eu trabalhava como carteiro e estava acostumado a contar assim, casas pares de um lado, ímpares de outro.
Finalmente ela chama um terceiro candidato.
– Antes de começarmos, por favor, me diga uma coisa: o que o senhor fazia no emprego anterior?
– Eu era estagiário e fazia faculdade.
– Certo. O senhor pode contar até dez?
– É claro. Ás, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, valete, dama e rei.
Até agora não sei quem ganhou a vaga...




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Camões Filho é jornalista, escritor e pedagogo, pós-graduado em Jornalismo e Assessoria de Imprensa. E-mail do autor: camoesfilho@bol.com.br

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