Antonio Luiz Rios*
Em 9 de agosto de 2013, quando estiver plenamente concluído o processo de inscrição, no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), das obras para o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) para o ano letivo de 2015, o Brasil começará a escrever um novo e importante capítulo na história desse projeto e nas metas relativas à democratização do conhecimento e à melhoria da qualidade do ensino. Refiro-me ao fato de, pela primeira vez, as editoras poderem apresentar obras multimídia, que contemplem o livro impresso e o digital.
Esse é um significativo avanço, pois também representa a inclusão digital de milhões de alunos das escolas públicas, muitos deles ainda distantes dos tablets e computadores, equipamentos nos quais podem ser lidos os e-books. A novidade beneficia igualmente os professores, considerando que eles também recebem as obras.
Esse avanço da educação brasileira representa um desafio para o mercado editorial, que tem a responsabilidade de responder à altura às mudanças positivas introduzidas pelo poder público. A versão digital, segundo o Ministério da Educação, deverá ter o mesmo conteúdo do material impresso e incluir objetos educacionais digitais, como vídeos, animações, simuladores, imagens, jogos e textos, dentre outros recursos capazes de auxiliar na aprendizagem.
Embora o regulamento do PNLD 2015 ainda permita a apresentação de obras somente na versão impressa, de maneira a viabilizar a participação das editoras que ainda não dominam as novas tecnologias, é muito desejável que as empresas aproveitem da maneira mais ampla possível essa oportunidade de modernização e ampliação das mídias à disposição dos alunos brasileiros.
Mais do que uma alternativa comercial, esse avanço deve ser visto sob a perspectiva de um novo patamar de qualidade do ensino nacional, objetivo a ser cada vez mais compartilhado pela sociedade. Afinal, estamos falando de uma previsão inicial de aquisição de aproximadamente 80 milhões de exemplares, para atender a mais de 7 milhões de alunos, de 20 mil escolas do Ensino Médio em todo o Brasil. É um contingente expressivo de jovens que poderão ganhar um novo e eficaz canal de aprendizado. É bom para eles e para o País!
Acompanhando a introdução do e-book, há outra novidade interessante no PNLD 2015. Trata-se da inclusão dos livros de arte, além dos componentes curriculares já atendidos na última edição do programa relativo ao Ensino Médio: Português, Matemática, Geografia, História, Física, Química, Biologia, Inglês, Espanhol, Filosofia e Sociologia.
É pertinente iniciar a trajetória do e-book no Ensino Médio, cujos alunos, a maioria adolescentes, já têm mais familiaridade com as linguagens digitais, para, depois, ir se disseminando nas demais faixas de idade. O PNLD é executado em ciclos trienais alternados. Desse modo, a cada ano são adquiridos e distribuídos livros para todos os alunos de um segmento, que pode ser os anos iniciais ou finais do Ensino Fundamental ou o Ensino Médio. Paulatinamente, nosso país caminha no sentido de estabelecer novos referenciais de aprendizado para os estudantes das escolas públicas.
*Antonio Luiz Rios, economista, é o Diretor-superintendente da Editora FTD.
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