Hernani Lobato
HERNANI LOBATO: “DEFENDO AS MEDIDAS DE PROTEÇÃO AO
EMPREGO. O PPE ASSEGURA O NÍVEL DE EMPREGO NAS FÁBRICAS”
Desemprego em alta e a popularidade em baixa, governo abre o espaço
para a negociação entre empresas e trabalhadores
Ao assumir a presidência do Sindicato dos
Metalúrgicos de Taubaté (SindMetau), em novembro de 2013, Hernani Lobato ainda
não tinha a mínima noção do quadro recessivo em que o nosso País iria mergulhar.
A instabilidade econômica ainda não tinha esboçado quando iria mostrar a sua
face obscura. Muitas turbulências ainda estariam por vir para que esse jovem
líder sindical e sua diretoria teriam que enfrentar. E foram muitas.
Com base em dados do quadro recessivo em
julho deste ano podemos concluir alguns fatores desastrosos. Convém relembrar
que o apoio mais sólido do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff foi o
emprego. Mas o mercado de trabalho, como seria de esperar, não se manteve imune
ao ciclo duradouro de baixo crescimento, com inflação em alta, crédito mais
caro e consumo e indústria estagnados. A taxa de desemprego chegou a 8,1% no trimestre encerrado em maio, acima
dos 7% no mesmo período do ano passado. Em termos absolutos, 1,3 milhão de
pessoas perdeu o emprego no período, totalizando 8,2 milhões em todo o país.
Meses atrás três em cada quatro brasileiros temiam o aumento do
desemprego nos próximos meses. O que aconteceu. Não é por outra razão que o
governo passou por cima de suas convicções anacrônicas e anunciou um programa
para flexibilizar as regras de jornada e remuneração de trabalhadores da indústria.
Uma empresa poderá cortar em até 30% o
salário de um funcionário mediante diminuição proporcional das horas
trabalhadas. Metade da fatia salarial
reduzida será paga pelo governo, por meio de recursos do Fundo de Amparo ao
Trabalhador (FAT), um programa, que teria duração de seis a doze meses, e que é
inspirado nas normas trabalhistas da
Alemanha, país que ostenta a menor taxa de desemprego na zona do euro. Trata-se
de um modelo bem-sucedido na indústria. Nesses moldes que surgia o chamado
Programa de Proteção ao Emprego (PPE). A Volks de Taubaté foi a primeira
empresa da Região a adotar o sistema,
lançado pelo governo em julho, para evitar demissões. Convém ressaltar que o
PPE prevê redução da jornada de trabalho
em 20 % e em 10% o salário dos trabalhadores
por um período de até um ano. A jornada
semanal passará a vigorar de segunda a quinta-feira. Durante o programa a Volks
terá que manter o nível de emprego e ainda conceder estabilidade pelo período
de adesão. Demissões só por justa causa.
A expectativa é que essa medida atraia companhias que estão com os
estoques elevados e contam com mão de
obra qualificada, como é o caso do setor automotivo. É preferível reduzir a
jornada a demitir um funcionário treinado.
Para as empresas sai mais em conta arcar com
o programa do que desembolsar o seguro-desemprego para os demitidos. Além
disso, os trabalhadores beneficiados continuarão a pagar os tributos incidentes
sobre os salários.
Muitas empresas estão aderindo ao programa. O
que é bom para todos pois descarta a insegurança sócia-econômico em nossa
Região.
Não é uma medida de bom gosto mas seria muito
mais amargo caso mais postos de trabalho fossem perdidos devido e em
consequência dessa recessão econômica que todos os setores da nossa economia
está enfrentado a duras penas.
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