As montadoras estão se utilizando do péssimo quadro
econômico recessivo do nosso País para pressionar e desmantelar entidades
sindicais com o objetivo óbvio de desestabilizá-las e com isso tirar o poder de
fogo dos trabalhadores. A planta da Volks de Taubaté não fica no marasmo e
divulga uma nota digna de análise pois a pressão em cima do Sindicato é óbvia,
transparente. Tenta justificar seus erros e joga suas responsabilidades para a
entidade. Acordos que firmou e que agora descumpre. O presidente do Sindicato
dos Metalúrgicos de Taubaté (SindMetau), o jovem líder sindical Hernani Lobato
utilizou todo o bom senso, transparência e honestidade durante as negociações.
Sempre com o objetivo de manter os empregos na Volks de Taubaté. A greve foi
uma decisão tomada em consequência da inabilidade ou falta de sensibilidade da
empresa. Lobato e seus diretores –
democraticamente – tentaram de todas as maneiras evitar o enfrentamento. Mas,
aparentemente, a Volks queria era isso mesmo. Radicalizar e deixar uma
negociação unilateral, isto é, ela no comando. Ditatorial. Agora, emite essa
nota como se todos nós - cidadãos e
trabalhadores – fôssemos os culpados por tudo que está acontecendo. Ora,
senhora Volks , a nota promissória é da senhora e não dos trabalhadores.
Leiam a nota com atenção:
“Volkswagen do Brasil - Unidade fabril de Taubaté
Esclarecimento público
Com a forte retração nas vendas de veículos
na indústria automotiva nacional em 2014 e nos primeiros sete meses de 2015, a
previsão da Anfavea para esse ano é de queda de 20,6% nas vendas e de
17,8% na produção. A indústria deixará de vender mais de 700 mil veículos e de
fabricar mais de 560 mil veículos neste ano, na comparação com 2014 - que já
havia sido um ano de queda em relação a 2013. A indústria deverá utilizar
neste ano menos da metade de sua capacidade instalada no Brasil, que é estimada
em 5,6 milhões de veículos. Isto reflete em um elevado excedente de mão de obra
nas empresas do setor, conforme também sinalizado pela Anfavea, uma vez que o
número atual de empregados é de 136 mil pessoas para uma produção que deverá
ficar no patamar de 2006 (2,7 milhões de veículos), quando o setor empregava
107,4 mil pessoas.
Especificamente com relação a unidade
de Taubaté - uma das unidades mais modernas da Volkswagen do Brasil depois dos
investimentos recebidos nos últimos anos - desde 2013 a Empresa tem adotado
diversas medidas de flexibilidade, como férias coletivas, banco de horas, entre
outras. Após a suspensão do 3º turno de produção no primeiro trimestre deste
ano, a empresa também introduziu a suspensão temporária de contrato de trabalho
(lay-off) para parte dos empregados. Porém, tais medidas não foram suficientes.
Além disso, a unidade possui um nível de remuneração maior do que a média
da região e das outras fábricas da empresa.
Há um Acordo Trabalhista vigente que
foi estabelecido em premissas de mercado e vendas que não se confirmaram.
Quando o acordo foi firmado, após anos de crescimento, a perspectiva era que a
indústria automobilística atingisse mais de 4 milhões de unidades em 2015, mas
o que ocorreu de fato foi uma retração para menos de 2,7
milhões. Considerando que a Volkswagen pauta suas Relações Trabalhistas em
um modelo de diálogo permanente, e busca estabelecer condições para um futuro
sustentável da unidade de Taubaté, a Empresa procurou o Sindicato para
discussão de alternativas ao cenário apresentado.
As negociações se iniciaram há quatro
meses, com apresentação, pela empresa, de diversas propostas de aditamento ao
atual acordo, revisando condições neste estabelecidas e propondo novas com foco
no equilíbrio financeiro da fábrica frente ao cenário atual de mercado e as projeções
para 2015 e 2016. Após diversas conversas com a entidade sindical, a
Empresa chegou a uma proposta consistente com objetivo de adequar o efetivo de
pessoal e os custos trabalhistas de forma equilibrada e sustentável. Para
adequação do efetivo, esta proposta contemplava a continuidade de Programas
Voluntários com incentivo financeiro, Programas de Aposentadoria e também a
internalização de algumas atividades para alocação de parte do excedente de
pessoal. Com relação aos custos de pessoal elevados, foram propostas
modificações nos conceitos de reajuste de salários e participação nos
resultados, mas com modelos de compensação aos empregados, e com possibilidade
de planejamento para todos.
Lamentavelmente, a última proposta
apresentada pela empresa foi rejeitada pelo sindicato e reprovada em assembleia
pelos trabalhadores, sem a apresentação de alternativa suficiente frente ao
cenário por parte da Entidade Sindical.
Em razão da urgência do cenário,
conforme previamente informado, a empresa teve que iniciar as medidas de
adequação de custos com foco na sustentabilidade do negócio. No entanto, a
entidade sindical decidiu deliberar pelo movimento grevista, o que apenas
prejudica ainda mais a situação da fábrica de Taubaté.
A empresa reforça que está disposta a discutir alternativas que
verdadeiramente atinjam o equilíbrio necessário para o futuro da nossa unidade.
Volkswagen
do Brasil”
E no jornal IN OFF
www.jornalinoff.com.br
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