sexta-feira, 1 de maio de 2015

Com medo de demissão, trabalhador apela para fé em Taubaté

Com a crise econômica que afeta a geração de empregos na região, trabalhadores de uma empresa em Taubaté, no interior de São Paulo, apelam para a fé. Depois da demissão de metade do efetivo neste ano, os trabalhadores rezam diariamente pela manutenção do emprego, sempre antes de começar o expediente.
Os trabalhadores produzem peças para máquinas usadas por montadoras de carros. Como a produção de veículos diminuiu o ritmo, as demissões foram inevitáveis.
De acordo com o proprietário da ferramentaria, Marcelo Martins, essa é a pior crise nos 11 anos de existência da empresa e dos outros 20 em que atua na área. "Nós estávamos com 25 funcionários, hoje temos 12, está caindo cada vez mais e não tem expectativa de melhora", disse.
Segundo ele, por conta do cenário considerado crítico, um trabalhador sugeriu que eles rezassem sempre antes de iniciar o expediente. "Um funcionário veio comentar comigo, pedindo para rezar um pouco mais, para chegar mais cedo. Está precisando orar mais porque está difícil", contou.
Com medo do futuro, um funcionário contou que não faz planos. " Você fica na incerteza, às vezes você quer fazer uma conta e não pode fazer. A qualquer momento eu posso ser demitido", disse o chefe de usinagem, Luiz Henrique Fontes.
Os momentos de oração têm deixado o soldador Carlos Silva esperançoso. "A crise vai passar, vai dar tudo certo, em nome de Jesus", afirmou.
Caged
Dados divulgados na última semana pelo Ministério do Trabalho mostram que março deste ano foi o 14º mês seguido de queda na geração de empregos no setor industrial em Taubaté. Em março, o saldo negativo foi de 224 postos de trabalho. O último saldo positivo foi em janeiro do ano passado.
Nesta semana, a montadora Volkswagen, um dos maiores empregadores do município, suspendeu por tempo indeterminado os contratos de trabalho de 120 funcionários. Ao todo, já são 370 trabalhadores afastados pela medida.
"As grandes empresas tem capital para postergar demissões, nas pequenas isso é praticamente imediato, o que é preocupante para a cidade", disse o economista Edson Trajano.

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