Por Marcelo Murin
Mais que um “produto” da cultura americana, importado ao Brasil nos últimos anos, a Black Friday é uma ação de vendas anual com grandes descontos, que ocorre sempre após o dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, que é a 4ª quinta-feira do mês de novembro.
A ação é muito popular em terras de Tio Sam, e de fato muito rentável ao varejo. Devido a isto, tem se expandido para outros países, tais como Canadá, Austrália, Reino Unido, Portugal e Brasil.
No entanto, no Brasil, a credibilidade da ação de vendas não tem sido das melhores, uma vez que a percepção dos consumidores brasileiros é de que os preços são majorados pelo varejo, tanto físico quanto virtual, antes de anunciarem as promoções e descontos no dia da Black Friday. Desta forma, já ficou famosa a frase: “tudo pela metade do dobro”.
Buscando desconstruir esta imagem negativa, dia 05 de novembro, houve um encontro que reuniu 112 varejistas do setor online para lançamento de uma campanha com o objetivo de dar credibilidade à ação de vendas, chamada “Black Friday Legal 2014”.
A intenção é auxiliar o consumidor brasileiro no momento de decisão das compras online, onde todos os varejistas que assinarem o compromisso de manter as boas práticas do comércio eletrônico neste dia da ação promocional de vendas terão estampadas em seus sites o selo homônimo ao nome da campanha.
Com isso, o varejo online brasileiro, onde 66,5% dos consumidores pretendem realizar suas compras no tão aguardado dia, conforme pesquisa realizada pelo site Zoom, busca conquistar grande parcela da projeção de vendas para a data, no valor de R$ 1,2 bilhão que representa um crescimento de 56% relativo ao ano de 2013.
Ao que parece, no Brasil, a grande “vedete” da Black Friday ainda é o comércio eletrônico, uma vez que a mesma pesquisa realizada pelo site Zoom diz que apenas 1,5% dos entrevistados pretendem realizar suas compras apenas em lojas físicas.
Penso que esta alta adesão dos consumidores às compras online não deixa de ser uma grande oportunidade ao varejo tradicional (lojas físicas) para atuar de forma diferente e inovadora na busca de atrair estes consumidores e alavancar suas vendas nesta data - que parece já ter ganho os corações e os bolsos dos brasileiros.
A pesquisa do site Zoom também diz que 41% dos entrevistados não acreditam que os descontos aplicados são verdadeiros, e como a grande maioria das compras são realizadas virtualmente, está aí a oportunidade de construir uma comunicação nas lojas físicas, dirigindo exatamente para esse falha na credibilidade.
As lojas físicas devem ser criativas em sua comunicação, demonstrando a seus clientes as reais vantagens promocionais. Deixem claro que os preços não foram majorados, demonstrando de forma bem didática os descontos, comparando com a média de preços de períodos anteriores.
Preparem a equipe de vendas das lojas para explicar detalhadamente os benefícios oferecidos aos consumidores. Em uma ação promocional como esta, é fundamental haver muito cuidado e critério na comunicação, a fim de potencializar os resultados e garantir credibilidade a seus clientes.
Por fim, como cada vez mais temos importado práticas do comércio americano, porque não fazê-lo de forma correta e aproveitar todas as vantagens que a Black Friday pode trazer aos resultados de um ano que não tem sido nada fácil?
Marcelo Murin é administrador de empresas com especialização em marketing e sócio-fundador da Officina di Trade.
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