IRANI LIMA
E salva-lhe a vida. Recorro à fábula, que se
refere à maldade e à ingratidão, porque, mesmo escrita há mais de dois séculos,
parece ter sido redigida para os personagens da política local, no
tempo presente
O vereador
desnecessário Joffre Neto (PSB) é, antes de tudo, um ingrato. Não fosse a
vereadora É da natureza do escorpião
matar o sapo que o transporta de uma margem à outra do rio Graça,
presidente do partido que o acolheu, Joffre Neto continuaria desempregado,
tentando, quem sabe, umaboquinha na
administração de seu chefe tucano. Sem legenda, o vereador desnecessário não
poderia ser candidato.
A primeira maldade cometida pelo vereador
contra sua colega e presidente do partido que o recebeu de braços abertos foi
lançar sua candidatura à presidência da Câmara Municipal, sob a alegação de que
Graça não teria jogo de cintura para manter a independência, tão necessária, do
legislativo taubateano.
No fundo,
o vereador desnecessário já deve ter sido informado por advogados de escol que
a situação do tucano Ortiz Júnior está cada vez mais complicada e o cargo de
prefeito pode vagar em poucos meses.
Sendo
presidente da Câmara Municipal, assumiria o cargo de prefeito tampão de
Taubaté, até a realização de novas eleições. Não deu certo: além de seu próprio
voto, Joffre Neto foi apoiado pelo colega João Vidal, do mesmo PSB que tem a
vereadora Graça como presidente.
Ingrato com quem lhe estendeu a mão
quando era um simples desempregado, Joffre Neto tentou, durante a primeira
sessão comandada pela vereadora Graça, por ter sido a mais votada na eleição
municipal de 2012, tripudiar sobre
o desconhecimento da vereadora sobre o regimento interno da Câmara.
O sabichão vomitou conhecimento,
talvez para impressionar os colegas que estavam chegando a Casa Dr. Pedro Costa
pela primeira vez. Muitos se impressionaram, sem dúvida, mas viram ali uma
nesga de arrogância no palavrório do vereador desnecessário.
Insatisfeito
com suas primeiras incursões contra a vereadora Graça, presidente da Câmara
Municipal, Joffre Neto aumentou o tom das críticas ao saber que a Câmara doará
onze veículos de sua frota à Prefeitura.
Na linha
de FHC (esqueçam o que escrevi), o vereador desnecessário esqueceu-se
das críticas que fazia à Câmara Municipal sobre o excesso de veículos em cada
gabinete. Joffre Neto descobriu, tardiamente, que cada vereador precisa de dois veículos.
Não
submeterei os leitores deste blog às explicações do vereador desnecessário, que
divulgou na internet um longo texto, com perguntas e respostas para justificar
sua insatisfação com a medida da presidente Graça. O prolóquio é enfadonho e o
texto verborrágico, que não diz nada.
Qualquer
semelhança entre o vereador desnecessário e o escorpião da fábula não é mera
coincidência. É da natureza dele. Eis a fábula:
Certa vez, após uma enchente, um escorpião, querendo passar ao outro
lado do rio, aproximou-se de um sapo que estava à beira e fez-lhe um pedido:
"Sapinho,
você poderia me carregar até a outra margem deste rio tão largo?"
O sapo respondeu:
"Só
se eu fosse tolo! Você vai me picar, eu vou ficar paralisado e
morrer."
Mas o escorpião retrucou, dizendo:
"Isso
é ridículo! Eu não pagaria o bem com o mal."
E o sapo sempre se negando a levá-lo. E tanto insistiu o escorpião que o
sapo, de boa-fé, confiando na lógica do aracnídeo peçonhento, concordou. Levou
o escorpião nas costas, enquanto nadava para atravessar o rio. No meio do
rio, o escorpião cravou seu ferrão no sapo.
Atingido pelo veneno, já chegando à margem do rio, moribundo, o
sapo voltou-se para o escorpião e perguntou:
"Por
que você fez isso comigo, escorpião ? Qual o porquê dessa sua maldade ?
Diga-me. Por quê ?"
E o escorpião respondeu:
"Não
sei... Sabe, não sei mesmo !!! Talvez porque eu seja um
escorpião e essa é a minha natureza..."
A
vereadora Graça proporcionou a Joffre Neto retomar seu emprego na Câmara
Municipal. Como o escorpião da fábula, após atravessar, nas costas da
vereadora, o caudaloso rio da eleição municipal, seu primeiro ato na Câmara foi
destilar veneno em quem lhe socorreu.
A
presidente da Câmara Municipal, contudo, não parece disposta a tolerar as
provocações do vereador desnecessário. Eis sua resposta:
“Respeito ao dinheiro público
Maria das Graças Oliveira, presidente
da Câmara de Taubaté, vereadora pelo PSB
A
transferência de 11 veículos da Câmara de Taubaté para a Prefeitura, proposta
por esta Presidência, é pautada pelo respeito ao dinheiro público, assim como
deverão sempre ser todas as ações desta Casa.
Esta
decisão foi tomada antes mesmo da visita promovida pelo prefeito Ortiz Junior
ao pátio municipal, em que ele demonstrou o sucateamento da frota. Conferir de
perto a situação só reforçou a certeza de que estamos no caminho certo.
Se com 30
veículos conseguimos suprir a demanda da Casa, não faz sentido continuar com 41
à disposição, ainda mais quando se sabe que setores vitais da administração,
como a Saúde, sofrem com a enorme carência de frota para oferecer serviços à
população. Tanto é que, ao tomar a decisão de transferir os carros do
Legislativo para a administração municipal, solicitei ao prefeito que cinco
deles fossem destinados à Secretaria da Saúde.
A medida
repercutiu de forma muito positiva entre todos que compartilham do princípio de
que os recursos públicos devem sempre ser aplicados onde a população mais
precisa. E hoje, sem dúvida, os taubateanos precisam muito mais de atendimento
à saúde do que nós vereadores precisamos de dois carros. Afirmo isto por
experiência própria, pois há alguns anos utilizo apenas um carro em meu
gabinete e o rendimento não foi prejudicado, sendo possível realizar o trabalho
com qualidade.
Este é
apenas o primeiro passo. Vamos agora detectar cada excedente e transferi-los
para onde gerem mais benefícios à população, juntamente com uma análise de
todos os contratos vigentes para que os excessos sejam eliminados.
O início
de 2013 e da nova administração municipal representam esperança para a
população taubateana, que anseia por mudança, após um longo período de um
governo marcado pela péssima gestão e total desrespeito ao dinheiro público. É
nesse caminho que queremos fazer trilhar a nossa Câmara Municipal para torná-la
uma estrutura enxuta, um exemplo de administração pública eficiente e uma
referência de austeridade para todos os setores da sociedade."
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