segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

GRAÇA "PEITA" VEREADOR DESNECESSÁRIO




IRANI LIMA
E  salva-lhe a vida. Recorro à fábula, que se refere à maldade e à ingratidão, porque, mesmo escrita há mais de dois séculos, parece ter sido redigida  para os personagens da política local, no tempo presente

O vereador desnecessário Joffre Neto (PSB) é, antes de tudo, um ingrato. Não fosse a vereadora É da natureza do escorpião matar o sapo que o transporta de uma margem à outra do rio Graça, presidente do partido que o acolheu, Joffre Neto continuaria desempregado, tentando, quem sabe, umaboquinha na administração de seu chefe tucano. Sem legenda, o vereador desnecessário não poderia ser candidato.

A primeira maldade cometida pelo vereador contra sua colega e presidente do partido que o recebeu de braços abertos foi lançar sua candidatura à presidência da Câmara Municipal, sob a alegação de que Graça não teria jogo de cintura para manter a independência, tão necessária, do legislativo taubateano.

No fundo, o vereador desnecessário já deve ter sido informado por advogados de escol que a situação do tucano Ortiz Júnior está cada vez mais complicada e o cargo de prefeito pode vagar em poucos meses.

Sendo presidente da Câmara Municipal, assumiria o  cargo de prefeito tampão de Taubaté, até a realização de novas eleições. Não deu certo: além de seu próprio voto, Joffre Neto foi apoiado pelo colega João Vidal, do mesmo PSB que tem a vereadora Graça como presidente.

Ingrato com quem lhe estendeu a mão quando era um simples desempregado, Joffre Neto tentou, durante a primeira sessão comandada pela vereadora Graça, por ter sido a mais votada na eleição municipal de 2012, tripudiar sobre o desconhecimento da vereadora sobre o regimento interno da Câmara.

O sabichão vomitou conhecimento, talvez para impressionar os colegas que estavam chegando a Casa Dr. Pedro Costa pela primeira vez. Muitos se impressionaram, sem dúvida, mas viram ali uma nesga de arrogância no palavrório do vereador desnecessário.


Insatisfeito com suas primeiras incursões contra a vereadora Graça, presidente da Câmara Municipal, Joffre Neto aumentou o tom das críticas ao saber que a Câmara doará onze veículos de sua frota à Prefeitura.

Na linha de FHC (esqueçam o que escrevi), o vereador desnecessário esqueceu-se das críticas que fazia à Câmara Municipal sobre o excesso de veículos em cada gabinete. Joffre Neto descobriu, tardiamente, que cada vereador precisa de dois veículos.

Não submeterei os leitores deste blog às explicações do vereador desnecessário, que divulgou na internet um longo texto, com perguntas e respostas para justificar sua insatisfação com a medida da presidente Graça. O prolóquio é enfadonho e o texto verborrágico, que não diz nada.

Qualquer semelhança entre o vereador desnecessário e o escorpião da fábula não é mera coincidência. É da natureza dele. Eis a fábula:

Certa vez, após uma enchente, um escorpião, querendo passar ao outro lado do rio, aproximou-se de um sapo que estava à beira e fez-lhe um pedido:
"Sapinho, você poderia me carregar até a outra margem deste rio tão largo?"
O sapo respondeu:
"Só se eu fosse tolo!  Você vai me picar, eu vou ficar paralisado e morrer."
Mas o escorpião retrucou, dizendo:
"Isso é ridículo!  Eu não pagaria o bem com o mal."   
E o sapo sempre se negando a levá-lo. E tanto insistiu o escorpião que o sapo, de boa-fé, confiando na lógica do aracnídeo peçonhento, concordou. Levou o escorpião nas costas, enquanto nadava para atravessar o rio. No meio do rio, o escorpião cravou seu ferrão no sapo.
Atingido pelo veneno, já chegando à margem do rio, moribundo, o sapo voltou-se para o escorpião e perguntou:
"Por que você fez isso comigo, escorpião ? Qual o porquê dessa sua maldade ? Diga-me. Por quê ?"
E o escorpião respondeu:
"Não sei...  Sabe, não sei mesmo !!!  Talvez porque eu seja um escorpião e essa é a minha natureza..."

A vereadora Graça proporcionou a Joffre Neto retomar seu emprego na Câmara Municipal. Como o escorpião da fábula, após atravessar, nas costas da vereadora, o caudaloso rio da eleição municipal, seu primeiro ato na Câmara foi destilar veneno em quem lhe socorreu.

A presidente da Câmara Municipal, contudo, não parece disposta a tolerar as provocações do vereador desnecessário. Eis sua resposta:

“Respeito ao dinheiro público

Maria das Graças Oliveira, presidente da Câmara de Taubaté, vereadora pelo PSB

A transferência de 11 veículos da Câmara de Taubaté para a Prefeitura, proposta por esta Presidência, é pautada pelo respeito ao dinheiro público, assim como deverão sempre ser todas as ações desta Casa.

Esta decisão foi tomada antes mesmo da visita promovida pelo prefeito Ortiz Junior ao pátio municipal, em que ele demonstrou o sucateamento da frota. Conferir de perto a situação só reforçou a certeza de que estamos no caminho certo.

Se com 30 veículos conseguimos suprir a demanda da Casa, não faz sentido continuar com 41 à disposição, ainda mais quando se sabe que setores vitais da administração, como a Saúde, sofrem com a enorme carência de frota para oferecer serviços à população. Tanto é que, ao tomar a decisão de transferir os carros do Legislativo para a administração municipal, solicitei ao prefeito que cinco deles fossem destinados à Secretaria da Saúde.

A medida repercutiu de forma muito positiva entre todos que compartilham do princípio de que os recursos públicos devem sempre ser aplicados onde a população mais precisa. E hoje, sem dúvida, os taubateanos precisam muito mais de atendimento à saúde do que nós vereadores precisamos de dois carros. Afirmo isto por experiência própria, pois há alguns anos utilizo apenas um carro em meu gabinete e o rendimento não foi prejudicado, sendo possível realizar o trabalho com qualidade.

Este é apenas o primeiro passo. Vamos agora detectar cada excedente e transferi-los para onde gerem mais benefícios à população, juntamente com uma análise de todos os contratos vigentes para que os excessos sejam eliminados.

O início de 2013 e da nova administração municipal representam esperança para a população taubateana, que anseia por mudança, após um longo período de um governo marcado pela péssima gestão e total desrespeito ao dinheiro público. É nesse caminho que queremos fazer trilhar a nossa Câmara Municipal para torná-la uma estrutura enxuta, um exemplo de administração pública eficiente e uma referência de austeridade para todos os setores da sociedade."

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