IRANI LIMA
A eleição para a nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté acirra os candidatos numa disputa que extrapola a lide trabalhista e entra no campo político-partidário. O antagonismo entre PT e PSDB pela hegemonia sindical é visível.
Questões pessoais também estão em jogo. vereadores da base governista entram na disputa para ajudar a oposição a vencer o pleito e, se possível, “matar” no nascedouro uma possível candidatura de Isaac do Carmo a deputado em 2014.
Se for possível apontar um culpado pelo acirramento na disputa sindical este ano, ela cabe perfeitamente na figura do atual presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, responsável pela aproximação do Sindicato dos Metalúrgicos com o ex-prefeito Roberto Peixoto.
A aliança PT-PMDB a nível nacional tornou os metalúrgicos reféns do governo mais criticado da história política de Taubaté. O Sindicato se escondeu num momento em que deveria se manifestar claramente sobre o processo de cassação de Roberto Peixoto. Permaneceu silente, como se aquilo não interessasse aos trabalhadores.
A possível cassação de Peixoto favoreceria diretamente a então vice-prefeita Vera Saba (PT), que assumiria o mandato do antigo prefeito canastrão. A história político-administrativa de Taubaté seria outra se o trem permanecesse nos trilhos e Peixoto fosse cassado, como deveria e merecia.
Não interessava a Isaac do Carmo como não interessava a Ortiz Júnior (PSDB) e ao deputado Padre Afonso (PV) a cassação de Peixoto, pois os três poderiam ser diretamente “prejudicados” caso Vera Saba assumisse a Prefeitura de Taubaté.
De certa forma, os desarranjos políticos de dois anos atrás estão se refletindo nesta eleição sindical. Não se trata simplesmente de eleger a nova diretoria do Sindicato dos trabalhadores metalúrgicos de Taubaté.
O prefeito Ortiz Júnior (PSDB) tem interesse direto em seu resultado, pois “mataria” um possível candidato a deputado o ano que vem, ao mesmo tempo em que abriria espaço para seu irmão, Diego Ortiz, que está em plena campanha para deputado em 2014.
ABAIXO, COMENTÁRIO PUBLICADO NO BLOG
MENSAGEM DO COORDENADOR DA CHAPA 3 – REINALDO J. MELLO
Caros TRABALHADORES METALURGICOS, quando fomos convidados para apresentar nossas propostas para a eleição do CSE VW, dividi com meus companheiros da CHAPA 3, o que deveríamos falar, pois, no nosso grupo não trabalhamos no singular, pois, somos 27 Reinaldos, 27 Paçocas, 27 Albertos, etc, somos na verdade a voz de todos os Trabalhadores da VW.
A nossa Chapa é composta essencialmente por companheiros de longa data na empresa, o mais novo tem mais de 15 anos de casa, então temos pleno conhecimento de tudo que ocorre nas sucessivas gestões , seja de bom ou de ruim para o Trabalhador.
Daí vem a pergunta: Por que somos Oposição a direção que comanda o sindicato a 12 anos?
Para se ter uma idéia, eu como participante da Chapa 3, sou funcionário da VW desde a década de 80, fui demitido, consegui reintegração, e na gestão 2003/2007 fui um dos diretores do sindicato, e não tenho duvidas em afirmar que nunca nesta terra houve um desvio tão grande de finalidades da atividade sindical, hoje o Sindicato virou ferramenta da diretoria para aventuras em outros setores que nada ou tem muito pouco em haver com a atividade sindical, só para citar o exemplo do ano passado, em que foram investidos milhões em candidaturas a prefeito e vereadores, e não tendo ficado muito claro, pelos valores gastos de onde veio este dinheiro, nos passa a impressão que no fim da historia a conta esta espetada nas costas dos Trabalhadores queiram eles ou não.
Outra coisa, que ninguém faz questão de explicar é a instalação dos CSEs – Comites Sindicais de Empresas, para se formar a diretoria do Sindicato, no nosso caso temos 27 membros, e para disputarmos a presidência do sindicato teríamos de ter pelo menos mais 12 companheiros eleitos em outras empresas e assim ir para o segundo turno, é uma eleição complicada, lembra muito a eleição americana, no nosso caso o máximo que vamos chegar na diretoria do sindicato, vai ser a diretoria plena.
Este é o ponto que faz toda a diferença entre a CHAPA 3 e as outras duas, nos como seres humanos , temos mais passado, do que futuro, no sentido cronológico da vida, nossa Proposta é ser eleito pelo Trabalhador da VW, e ele vai ter absoluta certeza, que vamos permanecer dentro da empresa, o nosso foco não é a política partidária e outros devaneios utópicos, o nosso esta ali no piso de fabrica, no dia após o outro, a discussão do excesso de automatização, o plano medico, a equiparação salarial, enfim assuntos de nosso universo particular.
Por exemplo nos somos a única chapa que vai levar a diretoria da VW , o pedido de indenização ao Trabalhador e ao município pela extinção de qualquer posto de trabalho, em que foi aplicado o sistema robotizado, pois cada operação substituída pelos robôs, significa a perda de dezenas de empregos que não serão preenchidos novamente, a razão que usamos é que para cada emprego de um trabalhador da VW, outros sete vão ficar desempregados na cadeia produtiva e entendemos que a empresa tem que indenizar este prejuízo social.
NOSSOS COMPROMISSOS IMUTAVEIS COM O TRABALHADOR:
Nos da Chapa 3 estaremos estabelecendo junto a todos trabalhadores que nunca iremos marginalizar , nem debochar ou brincar com o caráter, a moral e a condição física de um único trabalhador de quaisquer empresa;
Jamais iremos abandonar compromissos onde com aval dos trabalhadores a Chapa 3 se comprometeu;
Jamais a Chapa 3 terá desvio de caráter, ética e conduta em assinar acordos coletivos sem que a proposta tenha sido construida exaustivamente e aprovada na integridade por todos Trabalhadores.
E para finalizar, vamos fazer mais e melhor para todos trabalhadores da VW e que vai ecoar para todos taubateanos, queremos mais empregos, mais renda, queremos um futuro digno para outras gerações, somente com oportunidades de educação e emprego para todos que manteremos os jovens longe do crime , das drogas e da violência, que é de fato o grande câncer, senão vamos tirar das próximas gerações o direito básico de poder optar entre o certo e o errado.
REINALDO JESUS MELLO – CONTAMOS COM SEU VOTO
CONTAMOS COM O VOTO DE TODOS COMPANHEIROS E APOIO DE TODA SOCIEDADE QUE QUER UM FUTURO MELHOR PARA TODOS.
AQUI, EMAIL DO ADVOGADO BRENNO FERRARI, EX-ASSESSOR JURÍDICO DO SINDICATO DOS METALÚRGICOS DE TAUBATÉ
Caro amigo Irani, na matéria que você intitulou de “MÁFIA AMARELA INVADE SINDICATO DOS METALÚRGICOS DE TAUBATÉ”, e deixa entender que, uma eventual candidatura de Walmir Marques, o Biro Biro à presidente do Sindicato dos Metalúrgicos Taubaté, não seria uma candidatura séria e que a mesma estaria a serviço desta clandestina organização, você comete uma serie de equívocos.
Acredito que, os equívocos cometidos não decorram de uma penada a soldo, o que viria representar pecha em sua brilhante carreira de jornalista, mas sim da falta de conhecimento seu sobre o movimento sindical, especialmente o de Taubaté.
Qualquer pessoa que tem o mínimo de conhecimento sobre a historia recente do movimento sindical de Taubaté sabe da minha participação neste movimento, como também sabe da importância da minha participação nessa historia, por esta razão, posso, com autoridade, afirmar-lhe:
Ninguém pode tentar deslegitimar desqualificando uma eventual postulação ao cargo de presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté de Biro Biro, classificando-a forma pejorativa de não ser seria.
Qualquer pessoa que conhece o movimento sindical em Taubaté sabe que, foi sob a liderança do Biro Biro que o Sindicato dos Metalúrgicos voltou a ser uma Entidade respeitada, como assim, voltou a influir de forma positiva nos rumos do progresso da cidade de Taubaté, como por exemplo, quando atuou decisivamente nas negociações referente ao direcionamento de investimentos para as fabricas da Volkswagen e da Ford de Taubaté, impedindo que fossem fechadas.
Irani, pare, pense, reflita!
Não foi o Biro Biro que tentou deixar o movimento sindical e se enveredar numa carreira política.
Não foi o Biro Biro que misturou movimento sindical com carreira política e se lançou em uma aventura política, fadada ao fracasso, a qual, na realidade, serviu de esteio para a eleição de Ortiz Junior.
O Biro Biro é Presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, alias algo que você, meu caro amigo Irani, parece desconhecer, uma vez que, deixou de fazer referencia ao mesmo em sua matéria, e não se tem noticia de que, o Biro Biro tenha pretensões políticas.
Pelo que consta, todos os convites de natureza política que foram feitos ao Biro Biro, inclusive o para assumir o cargo de Secretário Municipal de Trabalho, o mesmo os recusou.
Pelo que consta, não é o Biro Biro, ao contrário de outros que almejam o cargo de presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, que pretende construir uma carreira política.
Jornalista bem informado como você é, me diga Irani: - Quem vem se colocando como pretendente a ser candidato a Deputado Estadual também está na disputa da presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté?
Destarte, meu caro amigo Irani, quando você questiona, embora não termine a oração com um ponto de interrogação. “Talvez pela primeira vez na história dos trabalhadores desta urbe quase quatrocentona o poder político tenta influir na escolha do metalúrgicos que escolherão, nas eleições que se avizinham, seu próximo presidente.”, se isto de fato vier ocorrer, pelas evidencias que te expus, pode ficar certo, o responsável por isto não será o Biro Biro.
Pode ficar tranquilo Irani! o Biro Biro é do lado de cá!
De outra coisa você pode ficar certo também Irani, como assim todos os Metalúrgicos de Taubaté.
As força do movimento sindica Metalúrgicas de Taubaté que se colocam hoje oposição da atual situação, também pertencem a CUT e professam os ideais cutistas.
São forças que estão firmes no propósito de novamente recolocar o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté na vanguarda do movimento sindical nacional.
São forças que pretendem a construção de um sindicalismo moderno, que possui linha de ação construtiva e sustentável, pautado pelo dialogo, tanto com a classe patronal, como de forma institucional e republicano, também com a Prefeitura de Taubaté, com a Câmara dos Vereadores e com o Poder Judiciário.
Entretanto, diferentemente do que vem acontecendo hoje, o dialogo a ser reconstruído com a classe patronal e com os Poderes constituídos, em primeiro lugar, não privilegiará interesses pessoais, sejam eles de que natureza for.
Deverá ser retomado, em primeiro lugar, um dialogo para se buscar reconquistar as vantagens perdidas, para se buscar a manutenção das garantia já alcançadas, como assim, para se buscar novas conquistas.