quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

A obra de arte de Joaquim Levy

Os primeiros movimentos da equipe econômica neste início do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff parecem ter passado um grau maior de confiança aos agentes econômicos, investidores e ao mercado em geral. A reação positiva deve-se, principalmente, à sinalização de uma nova postura do governo ante a questão fiscal, que foi a grande responsável pela quebra de credibilidade nos últimos anos, nos quais houve paulatino agravamento do desequilíbrio entre receitas e despesas, culminando com o colapso do superávit primário em 2014.
            Positivo, portanto, o cenário que começa a se delinear, pois é premente a recuperação da economia brasileira, que não pode seguir crescendo quase zero a cada exercício, sob pena de perdermos tudo o que conquistamos em termos de aumento da renda e baixo índice de desemprego, que, felizmente, ainda se mantém. Portanto, é hora de acreditar na capacidade e no potencial do País e nas pessoas responsáveis pela realização das políticas públicas.
            Nesse caso, o verbo “acreditar” tem um significado mais amplo do que um voto de confiança. Quer dizer, também, transformar o crédito em estímulo e compromisso de trabalho no sentido de contribuir para a retomada de um fluxo mais consistente de expansão do PIB. Obviamente, as políticas públicas e as medidas adotadas pelo governo são fundamentais para os rumos da economia, mas o esforço de cada trabalhador, empresa e da sociedade em geral também é crucial.
            No tocante à nova postura do governo quanto à responsabilidade fiscal, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem transmitido com segurança as informações e metas, começando pela redução de despesas e o anúncio agora do pacote fiscal. Sinal do esforço para reequacionar despesas e receitas.
O equilíbrio entre as duas pontas é muito sensível e determinante para o sucesso ou o fracasso de toda uma política econômica. As receitas, advindas exclusivamente da arrecadação de impostos, não podem ultrapassar os limites da capacidade da sociedade de transferir dinheiro para o erário público, sob pena de se inviabilizarem a produção e o trabalho; e o corte de despesas não pode extrapolar um valor que impediria os investimentos públicos, principalmente em infraestrutura, e o atendimento às prioridades do Estado, como saúde, educação e segurança.
Em síntese, os impostos não podem asfixiar os contribuintes e o corte de despesas não pode matar a economia. Encontrar esse ponto de equilíbrio será o grande desafio de Joaquim Levy e de toda a equipe econômica. Em sua trajetória profissional, ele já demonstrou ser competente e, portanto, capaz de buscar essa sensível calibragem para que o Brasil se estabilize e possa voltar a crescer em níveis mais consistentes. Encontrar o ponto certo entre a poupança de recursos e a arrecadação será uma verdadeira obra de arte do ministro!
Para isso, é importante que ele e todo o time encarregado de resgatar a confiança, a competitividade e o crescimento da economia nacional tenham um voto de confiança neste momento decisivo. O Brasil é um país com imenso potencial de recursos naturais, minerais, hídricos, petrolífero, agropecuários e bioenergéticos. Tem indústria estruturada, com grande capacidade produtiva, serviços e setor financeiro de primeiro mundo. Precisamos reverter tudo isso em favor de nossa competitividade e crescimento sustentado. Vamos trabalhar e vencer!

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