quinta-feira, 27 de março de 2014

Órgãos definem plano de ações em prol do sistema prisional



Representantes do Programa Segurança sem Violência definiram  as principais metas do plano destinado ao aperfeiçoamento do sistema carcerário no Brasil. Fazem parte da iniciativa o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), o Ministério da Justiça, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Conselho Nacional de Defensores Públicos Gerais (Condege). Em reunião na sede do CNMP, em Brasília/DF, integrantes desses órgãos debateram e aprovaram as medidas que deverão ser adotadas em curto, médio e longo prazo, a princípio em seis áreas consideradas prioritárias.
Constituem essas áreas: a construção de unidades prisionais e a melhoria das condições carcerárias; a adoção de medidas alternativas às penas privativas de liberdade; a prestação de assistência jurídica a presos provisórios e definitivos e formas de acelerar a tramitação dos processos penais; a instituição de mecanismos de redução da pena com reinserção social e mobilização da sociedade civil para a ressocialização de ex-detentos; a criação de incentivos fiscais para estados e municípios que receberem estabelecimento penal e a implantação de melhorias na gestão do sistema prisional.

Os órgãos parceiros debateram uma série de medidas efetivas, que vão do incentivo, pelo Estado, ao monitoramento eletrônico de presos à necessidade de maior transparência nos repasses realizados pelo Fundo Penitenciário Nacional. Por fim, foram discutidas a emissão de pareceres favoráveis ou contrários às propostas sobre o sistema carcerário em tramitação no Legislativo.

Representaram o CNJ na reunião o conselheiro Guilherme Calmon e os juízes auxiliares da Presidência Douglas Martins e Marcio da Silva Alexandre, respectivamente, coordenador e juízes do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF), do CNJ.

Douglas Martins frisou que o plano debatido na reunião prevê ações específicas para cada um dos parceiros do programa. O desenvolvimento dessas medidas, entretanto, dependerá da aprovação pelo colegiado dos órgãos aos quais elas se destinam. Ele lembrou também que a elaboração do planejamento foi determinada quando da criação do Programa Segurança sem Violência, no último dia 5 de fevereiro.

Na ocasião, definiu-se que uma comissão constituída por representantes de todos os órgãos parceiros apresentará, em até 30 dias, um plano de atuação com ações e metas capazes de sanar alguns dos principais problemas do sistema prisional. Os diálogos nesse sentido tiveram início no dia 12 de fevereiro com a realização de workshop, na sede do CNMP, sobre as deficiências do cárcere no Brasil.

“Acredito que não só hoje, como amanhã, poderemos sair daqui com sugestões de medidas efetivas e concretas, de modo a, realmente, tentar resolver. Eu sei que a questão é muito grave, de difícil solução, mas, por que não, conseguirmos extrair propostas concretas para o sistema carcerário”, afirmou o conselheiro Guilherme Calmon na ocasião.
 

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