segunda-feira, 21 de maio de 2012

Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté entra na briga com os bancos pela redução de juros

Entidade quer taxas menores nos bancos onde metalúrgicos recebem salários

O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté resolveu entrar de vez na briga, iniciada pela presidenta Dilma, para pressionar os bancos a baixar os juros. A entidade está procurando as empresas de sua base para que negociem com os bancos pelos quais fazem o pagamento de seus funcionários, cobrando juros menores no crédito oferecido. Se essa primeira negociação não der resultado, o Sindicato vai além: mobilizará a categoria para cobrar das empresas que transfiram o pagamento de salários para os bancos públicos, como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, que já reduziram suas taxas.

A Volkswagen já foi procurada sobre esse assunto. O Sindicato aguarda uma resposta. A idéia é ampliar a negociação para outras empresas.

O presidente do Sindicato, Isaac do Carmo, está animado com a iniciativa. “Há tempos o movimento sindical tem empunhado a bandeira da redução de juros e, portanto, esta é a hora de todos os Sindicatos entrarem na briga, a exemplo do que estamos fazendo aqui em Taubaté”, disse.

Para ele, os trabalhadores e a economia do país não podem pagar a conta dessa intransigência dos bancos privados em busca de lucros cada vez maiores. “Nós vamos engrossar essa luta da presidenta Dilma exigindo que os bancos pensem mais no futuro do país. Já é hora de pararem de buscar o lucro rápido e começarem a entender que, quando crescemos juntos, o país inteiro ganha”, afirmou.

Montadoras
Os bancos também estão no caminho do Sindicato criar limitações no crédito para compra de automóveis, o que tem causado acúmulo de veículos em estoque e reduzindo a produção nas fábricas. “É uma queda de braço dos bancos com Dilma e é hora do país dizer que está do lado da presidenta nessa briga, em defesa do nosso desenvolvimento”, diz Isaac.

Ofensiva
A presidenta Dilma vem defendendo a redução de juros como forma de manter a economia do país competitiva. No entanto, a briga se intensificou nas últimas semanas, onde o ponto alto foi o pronunciamento da presidente no Dia do Trabalho, quando Dilma deixou uma clara mensagem às instituições privadas, dizendo que é “inadmissível que o Brasil, que tem um dos sistemas financeiros mais sólidos e lucrativos, continue com um dos juros mais altos do mundo”.

A presidenta tem dito ainda que a economia brasileira só será plenamente competitiva quando nossas taxas de juros, tanto para o produtor quanto para o consumidor, se igualarem às taxas praticadas no mercado internacional.

Uma das maiores críticas é o tamanho do chamado “spread bancário”, que é a diferença entre o que o banco paga para tomar dinheiro de investidores e o quanto cobra para emprestar esse mesmo dinheiro aos empreendedores.

Além de usar os bancos estatais como arma para forçar a redução das taxas, o governo ainda reforçou a política do Banco Central, que tem cortado sistematicamente a taxa básica de juros brasileira, hoje em 9%, inclusive adaptando as regras de remuneração da poupança para permitir novas quedas.

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