sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

SINDMETAU RESISTE A ESTAGNAÇÃO ECONÔMICA DO PAÍS

Hernani Lobato, presidente do SindMetau

DALTON MOREIRA

Nunca tantas montadoras recorreram aos lay-offs (suspensão temporária de contratos de trabalho), a férias coletivas, semanas curtas de trabalho e programas de demissão voluntária num único ano.
 Em 2014, esses expedientes foram adotados em quase todos os meses, numa espécie de rodízio entre a maioria das empresas para driblar a ociosidade das fábricas, que supera os 20%.

O cenário culmina com um fim de ano de férias coletivas mais longas do que em anos anteriores em várias empresas. Já em relação ao baixo desemprego, sua principal origem não está na ação do governo, mas na estagnação da força de trabalho, que é constituída das pessoas ocupadas e das pessoas que procuram emprego. A taxa de desemprego é a relação entre os que não encontram trabalho e a força de trabalho.

Num cenário amplo se a força de trabalho for de 100 milhões de pessoas e 5 milhões estiverem desempregadas, a taxa de desemprego será de 5% (número próximo da realidade). Suponha que esse contingente diminua para 99 milhões e que as admissões e demissões resultem em 900.000 vagas a menos. Mesmo assim, a taxa de desemprego cairá para 4,9% porque foi menor o ritmo de queda da força de trabalho.

A recente estagnação ou redução da força de trabalho decorre de razões demográficas (menor ritmo de crescimento da população em ritmo de trabalhar), do fato de os jovens de 18 a 24 anos ficarem mais tempo na escola (o que é bom)e de desistências de procurar emprego. Na verdade, o mercado de trabalho tem-se deteriorado. A geração líquida vem diminuindo. Segundo dados do Ministério do Trabalho, de abril a agosto a indústria de transformação demitiu mais do que admitiu. Sendo assim, as estatísticas do emprego escondem uma trajetória de piora do mercado de trabalho, que é consequência da combinação de estagnação econômica com inflação alta. Tal estagnação veio do fracasso da política econômica, das incertezas derivadas da excessiva intervenção na economia e da resultante queda da taxa de investimento.

Mas, uma atenuante surgiu com o anúncio da nova equipe econômica do governo petista que poderá revitalizar a veia injetora dos empresários – investidores em nosso País. Pois os nomes anunciados geraram no meio empresarial um novo fator energético : credibilidade e uma possível estabilidade e isso deverá refletir no mercado de trabalho nos próximos meses revertendo esse triste quadro em nossa economia com a possível suspensão de lay-offs, pdvs, férias coletivas e outras medidas de retenção de incertezas macroeconômicas.

O presidente do Sindicato dos metalúrgicos de Taubaté (o SindMetau), Hernani Lobato desde 20 de novembro do ano passado tem enfrentado com coragem, transparência e austeridade todo esse quadro depressivamente sócio- econômico com o pé no chão e certezas de que tem feito o melhor para a categoria metalúrgica e também com um “punho firme” para evitar o desemprego. Em nenhum momento esmoreceu ou retroagiu um milímetro qualquer. Juntamente com seus diretores tem enfrentado diversas situações adversas das empresas da nossa cidade (Volks, Ford, LG etc) que devido ao quadro econômico criam situações inusitadas para a classe trabalhadora muito bem defendida pelo presidente Lobato e seus diretores.

Apesar dos problemas retroativos da nossa economia graças ao SindMetau os comerciantes de Taubaté estão muito bem servidos, obrigado. Por quê? Simples: Este mês (dezembro) devem ser injetados na economia de Taubaté e região cerca de R$ 321,6 milhões com o pagamento do 13º salário aos trabalhadores por parte das empresas públicas e privadas. Este montante é superior em 6,13% em relação ao montante injetado na economia em 2013. As considerações foram realizadas pela Subseção de Taubaté do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

A indústria como um todo representou 36,1% do total do benefício para a região, com um valor próximo dos R$115,4 milhões. O setor metalúrgico ocupa posição de destaque, também segundo o Dieese. A proporção da massa do 13º é duas vezes maior que a quantidade de trabalhadores da base, ou seja, remuneração média do trabalhador metalúrgico foi duas vezes a média das demais profissões da região.

Os empregados nas indústrias metalúrgicas vão receber R$ 86,4 milhões, o que corresponde a 27% do total injetado com o 13º dos trabalhadores da região.

Os metalúrgicos paulistas representados pela Federação de Sindicatos de Metalúrgicos da CUT/SP irá injetar aproximadamente R$ 991,2 milhões na economia de São Paulo. Já os metalúrgicos de todo o país injetarão R$7,3 bilhões na economia com o pagamento do 13º salário.

O que está acontecendo em Taubaté (leia-se SindMetau) é um exemplo a ser seguido por outras entidades sindicais do Estado e de nosso País.

Vejamos:

Fabricantes como General Motors, Mercedes-Benz e Volvo darão folgas de quatro a cinco semanas, quando o tradicional são duas a três semanas.

A Mercedes-Benz, por exemplo, iniciou um período de cinco semanas de férias coletivas nas fábricas de São Bernardo do Campo (SP) e de Juiz de Fora (MG), o mais longo nos últimos dez anos na empresa, que também tem 1,2 mil trabalhadores em lay-off.

A GM é outra que dará ferias de um mês para o pessoal de São Caetano do Sul (SP) e de São José dos Campos (SP), onde também há lay-off em andamento.

Na Volvo, de Curitiba (PR) a parada será de 30 dias, dez a mais que no ano passado.

Grande maioria dos trabalhadores de montadoras, entre horistas e mensalistas, ficará em casa neste fim de ano.

Nas autopeças, 80% das empresas também vão parar por períodos que acompanham as montadoras, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).

Só na base do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, 255 empresas informaram que darão férias coletivas, num total até agora de 8.860 pessoas, boa parte delas de autopeças.

"De 2000 para cá, este foi o ano que teve mais paradas de produção", constata o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.

Uma exceção citada por ele nesse período é 2001, quando o racionamento de energia levou várias fábricas a interromperem a produção seguidas vezes no segundo semestre.

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, concorda que tem sido um ano forte em férias coletivas e lay-off, "efeito principalmente do primeiro semestre, quando as vendas caíram mais fortemente em razão do pessimismo geral com a economia".

Dispensa temporária

O lay-off consiste em dispensa do trabalhador por até cinco meses. Nesse período, ele recebe parte do salário da empresa e parte do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e faz cursos de requalificação. Também deixa de recolher FGTS e INSS.

Usado esporadicamente nos últimos anos, em 2014 o lay-off foi adotado por sete montadoras, algumas delas em mais de uma fábrica. A maioria dos programas ainda está em andamento.

"Nos últimos 20 anos nunca tinha visto uma situação dessas em nossa base", diz o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, Aparecido Inácio da Silva.

"Pela primeira vez temos lay-off nessa fábrica da GM, tivemos férias coletivas em junho e PDV (programa de demissão voluntária)".

Silva informa que no início deste ano as metas estabelecidas com a direção da empresa para a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) era de produção de 285 mil veículos. "Agora estamos torcendo para que chegue ao menos a 230 mil".

Ociosidade

Até outubro, a produção de todas as montadoras apresenta queda de 16% em relação ao ano passado, com 2,677 milhões de unidades. A previsão da Anfavea para o ano todo era 3,340 milhões de unidades (10% a menos que em 2013), volume que dificilmente será atingido.

Mesmo que fosse, representaria uma ociosidade de 22%, pois as empresas, segundo a Anfavea, têm capacidade atual para produzir 4,3 milhões de veículos anualmente.

Apesar de todas as ações adotadas para reduzir a produção, os estoques nos pátios de montadoras e revendas continuam elevados, na casa das 400 mil unidades.

As medidas também não evitaram demissões. O setor cortou 10 mil postos de trabalho neste ano e emprega 147 mil pessoas, o menor contingente desde maio de 2012.

Na sexta-feira, 28 de novembro, a Volkswagen confirmou que abrirá um PDV em janeiro na fábrica de São Bernardo.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a empresa alega que há 2,1 mil trabalhadores excedentes na unidade, que emprega perto de 13 mil pessoas, entre profissionais da produção e administrativos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após o que expus acima o recente anúncio de férias coletivas na unidade da FORD de Taubaté não é motivo de alardismo barato. Os metalúrgicos da nossa cidade devem ficar tranquilos pois a situação de outros é muito delicada.

Todos devem – isto sim – tomar cuidado com os corneteiros desinformados e alcoviteiros de plantão que utilizam a mídia para corroborar o trabalho que Lobato e a diretoria do SindMetau tem feito para evitar que o desastre econômico atinja com virulência os trabalhadores do nosso município.

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