domingo, 21 de junho de 2015

HERNANI LOBATO: “NÃO EXISTE AMEAÇA DE DEMISSÃO NA VOLKS”

Hernani Lobato, presidente do SindMetau
Em Entrevista concedida a TV Vanguarda o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté (SindMetau), Hernani Lobato, descrtou com veemência a possibilidade demissõws na planta da Volks de Taubaté.
Eis a íntegra da entrevista concedida por Hernani Lobato:

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região, Hernani Lobato, em razão da agenda de reuniões com a Volkswagen, respondeu, por email às perguntas encaminhadas pela redação da TV Vanguarda, sobre as negociações com a empresa.
Vanguarda - Qual é o excedente que a empresa anunciou hoje?
Resposta - A empresa alega ter 500 trabalhadores excedentes na planta de Taubaté. Ao contrário do que estampou em manchete o jornal OVale (http://www.ovale.com.br/…/volks-ameaca-demitir-500-em-tauba…) não existe ameaça de demissão, mas sim uma constatação da empresa decorrente da suspensão temporária do 3º turno que obrigou a realocar cerca de 900 trabalhadores em dois turnos de trabalho. A montadora operava com um volume de produção de 1.050 carros/dia em três turnos e, com a redução para dois turnos, baixou esse volume para 850 carros/dia. Em momento algum a VW ameaçou demitir trabalhadores e nem tampouco o Sindicato se sentiu ameaçado com o anúncio de trabalhadores excedentes na planta. O que existe de fato é uma negociação para adequação do volume de produção com o efetivo de mão de obra.
Vanguarda - Falamos sobre os 18 itens da pauta. Quais são eles?
Resposta - segue anexo o boletim publicado pelo Comitê Sindical de Empresa (CSE-VW) contendo os 18 itens da pauta de negociação.
Vanguarda - A partir de quantas demissões seria considerado demissão em massa?
Resposta - O TST (Tribunal Superior do Trabalho) entende que a empresa não pode tomar, unilateralmente, medidas que terão repercussão social, como as demissões coletivas. Há a obrigatoriedade de se encontrar soluções negociadas, a fim de se minimizar os impactos não só sobre os trabalhadores, como em toda a comunidade diretamente envolvida. Portanto não há um número específico de trabalhadores para que se tenha o entendimento de demissão em massa.
Vanguarda - Que dia haverá assembleia para apresentar essa pauta para os trabalhadores?
Resposta - O Sindicato e a Representação Interna dos Empregados (RIE) estão em processo permanente de negociação com a Volkswagen para evitar que essa crise que afeta o setor automobilístico brasileiro não traga prejuízos aos trabalhadores e nem à sociedade como um todo. O Sindicato busca ferramentas que possam evitar demissões como o Banco de Horas, férias coletivas, lay off e redução da jornada sem redução de salários. O Sindicato realizou uma série de assembleias informativas sobre o andamento das negociações e ainda não uma previsão da finalização dessa negociação em pauta.
Vanguarda - Qual a possibilidade da empresa fazer cumprir a "ameaça" de demissão?
Resposta - Como foi respondido anteriormente, a empresa em momento algum ameaçou demitir os 500 trabalhadores e nem muito menos o Sindicato se sente ameaçado pelo anúncio feito pela empresa de que há 500 excedentes. Não estão sendo discutidas as demissões, mas sim a adequação desses excedentes.
Vanguarda - O piso salarial da planta de Taubaté é maior que as demais? Qual é o da planta de São Bernardo?
Resposta - De acordo com a empresa, "o empregado horista direto de Taubaté recebe em média 15% mais que um empregado direto horista da Anchieta".
O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté assinou um acordo com a Volkswagen, em 2012 com validade até 2017, que estabelece entre outros itens, a correção salarial com reajuste pelo INPC e mais aumento real, negociados anualmente, assim como o valor da PLR e seus reajustes. Esse acordo também foi assinado pela matriz da empresa em São Bernardo do Campo. Porém, a unidade Anchieta (matriz) passou por readequações e que previa redução do quadro de funcionários. Após negociação com a direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ficou acertado que para manter o nível do emprego naquela unidade, foi assinado um novo acordo que prevê a suspensão do reajuste salarial com base do INPC e mais aumento real, estabelecendo um abono salarial em 2015 e em 2016 abono mais INPC, sem aumento de 2% e em 2017, retorna o aumento real de 1% e INPC, fórmula aplicada até 2019.
Porém, em Taubaté, o acordo anterior foi mantido e os trabalhadores receberam o reajuste salarial (INPC mais aumento real de 2%, que somados atingiu 11,23%). Com isso, ficou estabelecido um diferencial na política salarial da empresa.


Nenhum comentário:

Postar um comentário